Há um ar frio que me atravessa como se meu corpo não tivesse matéria para apará-lo.
Ele não me perfura. Nem desvia. Não é preciso: ele flui.
Flui com constância e com frequência. Eu sinto os movimentos. As ondas. A temperatura. Meu corpo existe tanto quanto ele.
Há presença.
Mas ainda me atravessa. Me toca e me atravessa. Me toca, mas me atravessa. Atravessa como se não houvesse corpo ali.
Como me toca se não me sente?
Sou coisa abstrata? Ou sou coisa vazia?
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