Então nada. Então tudo. Então eu.

Falta-me silêncio. E ar. E calma.

Fecho os olhos, arrasto as mãos pela cabeça, das têmporas ao couro cabeludo. Inflo o peito. E ainda falta silêncio e ar e calma.

Corria a vida. E então, eu me vi assim: turbulenta. De repente.

Nem notei acontecer.

De repente.

Era tudo caos e som e gente e hora e tarefa e falta e quente e ofegante e sufocante e oco e eco.

Corria a vida. E então tudo era caos.

De repente faltava eu em mim. Faltava chão aos pés. Faltava tempo às horas.

Faltava eu no espelho.

Faltava ser no eu.

Então corri pra fora da vida. Pra fora do tempo. Pra dentro do eu. Pra longe dos outros.

Até a ausência. Até a falta. Rumo ao escuro.

Mergulho no infinito e ensurdecedor som do silêncio até o mundo se tornar inaudível. Até o planeta parar de girar. Até tudo ser pausa.

Pausa.

Então... Então!

Então tudo.

E eu só precisava de silêncio e solidão.

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