Dente-de-leão


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Vão caindo aos poucos, pedaços por pedaços

Cada dia mais um pedaço

E um pedaço

E um pedaço

Quando eu nem sabia que havia fração viva

Ainda viva para cair

Para perder

Para doar

Para ser tomada com tão pouco esforço

Tal pétala de dente-de-leão

Até o chão

Até a nudez

E ao vazio de onde brotam cipselas improváveis

Que alegram os olhos chorosos

Que esperançam

Que suspiram

E que no reinflar dos pulmões cansados

São sopradas ao infinito

A desaparecerem

Ao ressurgimento da nudez

Ao sofrer eterno


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