Ainda fugindo

Me pego cansada de tanta perna que ponho a correr, fugindo apressada de quartos fechados depois de esquivar por entre frestas de portas desconhecidas, antes que todos acordem.
Meus músculos ora latejam, ora não tem mais força para forçar qualquer esforço.
E os pés defenestrados: fadigados após a fuga finalizada.
Me pego cansada de tanta pressa das manhãs. De tanto sono suspenso, de tanto sonho cessado.
De tanta hora perdida, de tanta hora corrida, de tanta hora contada.
Às vezes tão cansada que sinto um quase querer parar para deitar.

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