Quando ela vem

Às vezes minha solidão é tão grande que ocupa o meu peito, o meu corpo e a minha casa. É tão grande que preenche todos os espaços livres ao meu redor. E é tão cruel que ela mesma se compadece do meu vazio e me põe para dormir, me afagando enquanto não houver quem tome seu lugar.
E na cama, abraçada à ausência que me faz companhia, é onde permaneço e é o único lugar em que quero estar: dormindo até que ela vá embora e o ar se torne menos denso.


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